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1 Lester Brown - Entrar num Mundo Novo

A nossa economia global excede a capacidade suportável do planeta, conduzindo o 21º século da civilização cada vez mais perto do declínio e possivelmente do colapso. Preocupados com os relatórios semestrais e anuais sobre crescimento económico, perdemos de vista o impacto profundo da empresa humana nos recursos do planeta. Um século atrás, o crescimento anual do mundo económico era medido em biliões de dólares. Hoje é medido em triliões.



Como resultado, consumimos recursos renováveis mais depressa que a sua regeneração. Florestas encolhem, terras aráveis deterioram-se, aquíferos diminuem, pesqueiros em colapso e os solos em erosão. Usamos combustível a um nível que nos deixa pouco tempo para planear o seu uso para além do inevitável “pico” de consumo. Descarregamos gases com efeito de estufa na atmosfera mais depressa que a sua capacidade de os absorver criando condições para um aumento da temperatura global nunca visto desde que a agricultura começou.

O 21º século não é o primeiro orientado para um caminho económico ambientalmente insustentável. Algumas das civilizações antigas, também se confrontaram com problemas ambientais. Como Jared Diamond nota em Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed, algumas dessas civilizações antigas foram capazes de mudar o curso das coisas evitando o declínio económico, outras não. Estudamos locais arqueológicos dos Sumérios, Maias, Ilha de Páscoa e outras antigas civilizações incapazes de fazer os ajustamentos necessários a tempo.

Felizmente, emerge um consenso entre os cientistas sobre as grandes medidas a tomar. Para um progresso económico sustentável precisamos de deslocar um modelo económico baseado no uso do combustível fóssil, centrado no automóvel, no descartável, para um novo modelo económico, uma nova economia alimentada por abundantes fontes de energia renovável: vento, solar, geotérmica, hidráulica e biocombustiveis. Em vez de centrado no automóvel, o futuro dos sistemas de transportes será diversificado, utilizando intensivamente o caminho-de-ferro, autocarros, bicicletas e claro, carros. O objectivo será maximizar mobilidade, e não a posse do automóvel. A economia do descartável será substituída pela economia da reutilização e reciclagem diferenciada. Materiais utilizados desde o carro ao computador serão desenhados de forma a serem desmontados nos seus componentes e completamente reciclados. Produtos descartáveis de uma só utilização serão descontinuados.

As boas notícias que aqui ou ali aparecem apontam-nos o que a nova economia será. Temos tecnologia para a construir; p.exp. os carros híbridos (gás/eléctrico), turbinas eólicas de alto rendimento, frigoríficos super eficientes e super eficientes sistemas de irrigação. Podemos ver como se constrói a nova economia pedra a pedra, com as novas quintas eólicas, telhados fotovoltaicos, reciclagem do papel, pistas dedicadas a bicicleta, programas de reflorestação, deslocando-nos para uma economia que sustenta o progresso económico.

Se, pelo contrario, continuarmos na actual trajectória a questão não é se a deterioração ambiental conduzirá ao declínio económico, mas quando. Nenhuma economia, mesmo tecnologicamente avançada, consegue sobreviver ao colapso deste sistema/suporte ambiental.

Lester R. Brown - Plano B

 
 
 
 

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