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Ameaças radioctivas

As maiores potencias nucleares – EU, China, França, Grã Bretanha e Rússia – contam actualmente com o equivalente a 100 milhões de bombas como a de Hiroshima, o suficiente para destruir sete vezes a Terra, afirmou o director do Uranium Medical Research Center (UMRC), Asaf Durakovic, no IV Fórum Internacional para Jornalistas sobre Protecção da Natureza em Monte Porzio Catone, perto de Roma. Desde a Guerra do Golfo contra o Iraque, de 1991, até agora, lançaram-se projécteis de urânio empobrecido com 3.061 toneladas de material radioactivo, disse. A UMRC, uma ONG fundada em 1997 com sede nos EU e Canada, questiona o uso da expressão “urânio empobrecido”, muito utilizada pelos militares.

O urânio natural extraído da natureza é enriquecido para ser utilizado como combustível nuclear num processo que dá origem, como subproduto, ao urânio empobrecido. Tanto este como o natural são compostos em mais de 99% do isótopo U238 . O material dito empobrecido perde apenas 1% do urânio total nos isótopos U234 e U235., assim o urânio empobrecido é quase tão concentrado como o natural e pode conter traços de plutónio (U236), afirma a UMRC.

Ex-coronel do exército dos EU, onde trabalhou como médico, Durakovic percebeu os riscos dos novos armamentos atómicos quando iniciou consultas aos soldados americanos chegados do Iraque contaminados com a radiação de projécteis também utilizados nos conflitos dos Balcãs nos anos 90, na ofensiva americana contra o Afeganistão desde 2001 e na segunda guerra contra o Iraque, iniciada em Março de 2003. Em 2000, Durakovic levava 12 anos como especialista em medicina nuclear no Departamento da Defesa, quando o governo americano o convidou a investigar a síndrome da Guerra do Golfo. Perante as conclusões obtidas, foi-lhe ordenada a interrupção das investigações sob pena de perder o emprego.

Continuou investigando por sua conta e risco e comprovou não só a existência do isótopo U238 no organismo dos veteranos como também a existência de plutónio. Sabe-se agora que boa parte das munições fabricadas nos EU contêm esse outro elemento radioactivo. Os mísseis com isótopos de urânio, que perfuram facilmente tanques de guerra, espalham uma nuvem radioactiva na atmosfera. A contaminação produz-se principalmente quando estes resíduos são inalados pelos soldados ou pelas comunidades atacadas. Através do sistema respiratório, o urânio chega aos ossos e acaba comprometendo o sistema imunológico, explicou Durakovic.

Nos últimos 60 anos, tem aumentado e acumulado o lixo radioactivo no planeta pondo em perigo a vida terrestre, afirmou. Há cerca de meio milhão de metros cúbicos destes resíduos de alto nível gerados pela produção de armas nucleares e mais de 40.000 toneladas de combustível usados nos reactores das centrais produtoras de energia.

via: Ecosiglo

 
 
 
 

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