INSTITUTO FUTURISTA

Iconarmadilhemos a verdade para que ninguém lhe toque.

Mudanças Globais













A partir da segunda metade do século XX, e como consequência da Segunda Guerra Mundial e do início da chamada Guerra Fria, surgiu à humanidade a necessidade crescente de um organismo regulador dos conflitos entre nações e blocos de poder continentais, plasmados na criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1949.

Com este primeiro passo, tornou-se evidente que o conceito do visionário comunicador norte-americano Marshal Mcluhan de que a Terra é uma aldeia global deixou de ser uma previsão meramente futurista para converter-se numa realidade irrefutável. Os limites geopolíticos que até então assinalavam zonas de divisão e isolamento entre nações, deixam de cumprir com essa função histórica. Os equívocos e os problemas do nosso planeta não são mais fonte de orgulho ou de preocupação exclusiva de um só povo para converterem-se nos equívocos ou problemas de toda a humanidade.

Nasce assim a primeira geração de seres humanos com uma consciência global e paulatinamente, com o percurso das últimas cinco décadas, o nascimento de uma nova cultura planetária de paz, impulsionado pela cadeia de avanços tecnológicos cada vez mais acelerados e sofisticados, sobretudo nos campos da mobilidade e da comunicação.

O nosso planeta transformou-se em menos de 50 anos numa intrincada rede de vias terrestres, marítimas, aéreas e cada vez mais, de vias ciber-satélites que acrescidas às redes de correio, telegráficas, radiofónicas, televisivas, electrónicas e internet, estabeleceram um circuito de comunicação e intercambio de informação imediata e simultânea entre praticamente todos os habitantes da Terra.

É inquestionável que as vantagens trazidas pelo dito processo são incalculáveis, mas é de vital importância compreender e ter consciência de que o conceito de globalização traz consigo enormes desafios que a não serem superados, põem cada vez mais em perigo o futuro da nossa espécie.

As nossas cidades, e sobretudo as grandes capitais do mundo, converteram-se em descomunais ondas de pressão, que nenhum governo, por melhores intenções que tenha, será capaz de controlar nas próximas décadas deste século XXI. O crescimento exponencial da população mundial, como sabemos, está provocando um crescimento exponencial e completamente desordenado dos centros urbanos, que como verdadeiros cancros em expansão, estão contribuindo para a destruição acelerada de todos os organismos que os sustentam.












Como expusemos anteriormente, da mesma maneira que uma célula cancerosa ao reproduzir-se infecta e destrói os órgãos em que se desenvolve, acabando por matar o corpo em que habita e do qual depende, as grandes cidades actuais estão consumindo e destruindo a uma velocidade cada vez maior todos os recursos naturais ao seu redor, tendo que recorrer a maiores e maiores quantidades de bens para satisfazer as necessidades da sua população em crescimento incontrolável.

Se tais previsões parecem catastrofistas para alguns, basta recordar qual o destino de culturas grandiosas que apenas ontem alcançaram níveis enormes de progresso, que criaram como os Maias, os Incas, os Aztecas, os Gregos, os Romanos, os Hindus ou a China, cidades maravilhosas onde se desenvolveram arquitecturas, ciências, formas de governo, centros educativos, comerciais, artísticos e religiosos, ganhos materiais e espirituais que ainda hoje nos assombram.

Quais as razões desconhecidas que ditaram a mudança dessas brilhantes civilizações em montes de escombros semi-cobertas pela selva, pó e esquecimento?

Quantas dessas cidades desapareceram em consequência de intermináveis e sangrentas guerras civis? Quantas por efeito de forças destrutivas ou purificadoras da Natureza? Quantas por falta de previsão dos seus habitantes e governos, ao permitirem o crescimento sem controlo e planificação, acabaram devastando todos os elementos que os sustentavam?

Grandes capitais de impérios – as quais orgulhosamente os seus governantes se vangloriavam de que o sol nunca se punha, - acabaram sem florestas devido ao corte indiscriminado; sem rios pela contaminação ou uso abusivo da água na rega; sem animais pela caça indiscriminada; sem terras cultiváveis pela hiper-exploração, os monocultivos e as práticas não regeneradoras dos solos.












Não e muito difícil imaginar que com a escassez, consequência da imprevisão, proliferaram os problemas sociais, a violência, o racionamento, a fome, o fundamentalismo, a intolerância e as guerras; as cidades acabaram sendo destruídas, queimadas ou abandonadas pelos seus habitantes desesperados, ou pela cobiça dos seus vizinhos.

Se não aprendermos com as lições do passado e não reagirmos perante os evidentes sinais de alerta em todo o planeta, chegará o momento em que a inconsciência colectiva da nossa espécie não poderá evitar as tendências auto destrutivas do modelo dominante de desenvolvimento que sustenta o paradigma actual, o que nos levará a um fim dramático da nossa civilização global.

 
 
 
 

Enviar um comentário 0 comentários:

Enviar um comentário