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Pesca, uma catástrofe anunciada


Um estudo publicado há dias na Science, confirma a ruína completa dos bancos de pesca nos próximos 50 anos se nada for feito. A perda da biodiversidade planetária reduz profundamente a capacidade dos oceanos produzirem peixe resistente a doenças, a filtrar a poluição e a recuperar da pressão motivada pelas mudanças climáticas e pela superpesca continuada.

A menos que mudemos radicalmente a forma como “gerimos” os conjuntos de espécies marinhas e os seus ecossistemas, o nosso século será o ultimo que testemunhará a existência de peixe selvagem” declarou Stephen Palumbi, professor de ciências biológicas na Universidade de Stanford.

Na base das tendências actuais, os autores do estudo mencionado, prevêem o desaparecimento de todas as espécies comestíveis – do atum à sardinha – até ao ano 2050. Entenda-se “desaparecimento” a extinção de 90% da população da espécie.

Foi a primeira vez que um estudo com esta amplitude foi elaborado. Os 14 especialistas autores deste estudo analisaram 32 experiências, observadas em 48 zonas marinhas protegidas, estudaram a base de dados da United Nations Food and Agricolture Organization sobre todos os peixes e invertebrados no período de 1950-2003, compilaram os dados sobre os últimos 1000 anos em 12 regiões costeiras, obtidos em arquivos relevantes, de análises aos sedimentos e de fontes arqueológicas.

A conclusão é que cada espécie que desaparece implica uma fragilização do ecossistema global perturbadora da cadeia alimentar e do equilíbrio biológico do oceano. Como tal é impossível a “gestão” individual de uma espécie em particular ignorando o todo. O oceano não pode ser salvo sem uma acção global.

Ainda é possível reverter a tendência. Nas zonas protegidas, onde a pesca é interdita ou severamente controlada, constata-se o retorno da biodiversidade, podendo haver pesca nas zonas periféricas da área protegida, funcionando esta como um santuário e reserva de vida.

via: Gaia

 
 
 
 

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