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Aprender com os pássaros

Como é que uma organização – tão distinta de um indivíduo – aprende? Transformando-se numa organização inteligente? Os pássaros podem ajudar-nos a encontrar a resposta. Consideremos o trabalho de Allan Wilson, falecido professor de bioquímica e biologia molecular da Universidade da Califórnia em Berkeley. De acordo com as hipóteses de Wilson, grande número de espécies podem aperfeiçoar a sua habilidade de explorar as oportunidades no seu meio ambiente. Três condições são necessárias:

1 Os membros da espécie devem ter e usar a habilidade de moverem-se em grupo por territórios desconhecidos.
2 Alguns indivíduos devem ter o potencial para inventar novas condutas, e
3 As espécies devem ter um processo de estabilização para transmitir uma destreza individual a uma comunidade inteira, não por via genética mas por comunicação directa.

A presença destas três condições de acordo com Wilson, poderiam acelerar a aprendizagem nas espécies como um todo, incrementando a sua habilidade para adaptarem-se rapidamente a mudanças fundamentais no meio ambiente.

Para provar estas hipóteses, Wilson realizou um estudo documentado na conduta do Chapim e do Pintarroxo na Grã-Bretanha. No final do séc XIX os leiteiros deixavam abertas as garrafas de leite à porta das residências, formando-se uma camada de natas à superfície do leite. Dois pássaros o Chapim e o Pintarroxo começaram a debicar as natas. A partir de 1930, os britânicos selaram as garrafas com folha de alumínio, resultado? Nos anos 50 a população de um milhão de Chapins aprendeu a furar os selos. Os Pintarroxos nunca adquiriram essa conduta. Porque é que os Chapins ganharam vantagem competitiva entre as espécies? Recordemos que Wilson identificou as condições necessárias para a aprendizagem: numerosos indivíduos móveis, alguns dos quais inovadores e um sistema social difusor da inovação. Os Pintarroxos não têm um sistema social. Cantam, são coloridos, móveis e comunicam entre si, mas são fundamentalmente pássaros territoriais. Quatro ou cinco Pintarroxos vivem no meu jardim e cada um tem o seu pequeno território, há muita comunicação entre eles mas o que dizem fundamentalmente é: fora daqui! Os Chapins também amam o meu jardim. Vivem em bandos de 8, 10 e 12. Voam de um jardim a outro, brincam e comem.

Os pássaros que se agrupam aprendem rapidamente. O mesmo com as organizações que alimentam a conduta do agrupamento. Mas ter um punhado de inovadores não é suficiente para assegurar a aprendizagem institucional. A organização deve estimular os inovadores a interactuar com os outros.

Via: BioGestion

 
 
 
 

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