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Arquitectura - Construir para um mundo melhor

No sudeste de Amesterdão, num lugar escolhido pelos empregados devido à proximidade das suas casas, fica a sede de um importante banco. Construído em 1987, esse complexo de 16.400m2 consiste em dez torres esculturais ligadas entre si por uma sinuosa rua interna.

Lá dentro, o sol se reflecte no metal colorido – apenas um dentre os muitos elementos artísticos que decoram a estrutura – para inundar os pavimentos inferiores de matizes permanentemente cambiantes. Os jardins internos e externos são regados com a água da chuva recolhida no telhado.

Todos os escritórios recebem ar e luz naturais. O aquecimento e a ventilação ficam a maior parte do tempo desligados, sendo que não se usa nenhum sistema convencional de ar-condicionado. Bem-humorados, os bancários sobriamente vestidos molham os dedos na água que escorre das esculturas dos corrimões de bronze das escadas. É evidente a satisfação dos ocupantes do prédio com o novo local de trabalho: o absentismo diminuiu15%, a produtividade aumentou, sendo que, no local, os empregados participam em numerosas actividades culturais e sociais nocturnas ou de fim de semana.

Semelhante resultado superou até mesmo a expectativa dos directores em relação às características, às qualidades e ao processo de design que encomendaram. O prospecto do design estipulava um edifício “orgânico” que “integrasse a arte, os materiais naturais e locais, a luz do Sol, as plantas verdes, a conservação da energia, o silêncio e a água”, e que “não custasse um centavo a mais por metro quadrado” que a média do mercado. Aliás, o dinheiro empregado nos sistemas de economia de energia retornou nos primeiros três meses.

Desde a ocupação inicial, o complexo consumiu 92% menos energia que um banco adjacente, construído na mesma época, o que representou uma economia de 2,9 milhões de dólares por ano e fez um dos edifícios mais eficientes em energia da Europa.

O arquitecto Ton Alberts levou três anos para concluir a planta do prédio. Demorou tanto principalmente porque a directoria do banco fez questão de que todos os participantes do projecto, inclusive os empregados, compreendessem cada detalhe: o sistema de controlo do ar, por exemplo, teve de ser explicado aos paisagistas; as obras de arte, aos engenheiros mecânicos. No fim, foi esse nível de integração que contribuiu para tornar o edifício tão confortável, bonito e eficiente em termos de custo.
extraído do livro, "Capitalismo Natural" de PAUL HAWKEN AMORY LOVIN L.H. LOVIN

 
 
 
 

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