INSTITUTO FUTURISTA

Iconarmadilhemos a verdade para que ninguém lhe toque.

Contribuições para a Utopia - A Grande Deusa

Eis a ideia predominante no espírito redutor do homem ocidental; a selvajaria sempre dominou o mundo, como tal não existe outra forma de estar nele senão através de meios selvagens, de dominação! Só que nem sempre foi assim. Há muitos milénios atrás, antes do poder dominante da espada – o poder construtor dos impérios rigidamente hierarquizados, – existiu outra forma de ser e entender o mundo que o espectacular avanço da arqueologia nos vai revelando e que compromete essa visão redutora e simplista da pré-história selvagem. Refiro-me às sociedades que adoraram a Grande Deusa da Fertilidade disseminadas pela zona mediterrânica ; inventaram a agricultura, a tecelagem, a arte, o comércio e fundiram os primeiros metais para fins pacíficos. Alimentaram a paz e veneraram o Amor como a grande força espiritual. Sociedades em que ninguém ficava de fora, construíram as primeiras cidades organizadas, sem muralhas, o poder era a responsabilidade de distribuir e de negociar, não de dominar pela força violenta. Vestígios arqueológicos encontrados indicam uma soberba actividade espiritual e artística. A concórdia não era uma palavra vã. Posteriormente as tribos nómadas e guerreiras das montanhas e do deserto (como os hebreus p.e) impuseram o deus uno e vingador; o deus da espada, eventualmente atraídos pela riqueza e a sumptuosidade, espalharam o terror e a morte pelas comunidades não violentas. Há quem chame a este período funesto o início da civilização, eu acrescento-lhe … da infâmia. A força invasora da espada, da dominação, da hierarquia guerreira mantida rigidamente pelos vencedores até hoje.

Talvez a memória destes tempos incríveis de desenvolvimento sustentado e de vida plena ainda esteja bem viva no âmago de cada um de nós. Talvez acabe por vir à superfície.

 
 
 
 

Enviar um comentário 0 comentários:

Enviar um comentário