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Vilanagem

bolanhas da Guiné. Vista aérea

A Guiné-Bissau vive uma situação dramática há tempo demais. Foram séculos de colonialismo brutal e intenso. A nossa dívida é enorme. O ouro, os escravos, o trigo, tecidos e a goma-arábica foram durante centenas de anos espoliados pelos colonos portugueses, espanhóis, holandeses, franceses, alemães e ingleses.

Curiosamente alguns historiadores argumentam que ao tempo da chegada dos primeiros colonos portugueses à região, a agricultura indígena então praticada, era muito mais evoluída que a agricultura medieval europeia. Perfeitamente adaptada à ecologia local e surpreendentemente produtiva, a sofisticada técnica da bolanha salgada fornecia as proteínas mais que necessárias para a sobrevivência da população.


Embora existam várias técnicas de cultivo do arroz na Guiné a mais interessante é certamente a técnica da bolanha salgada. Tratam-se de terras conquistadas ao mar e isoladas através de um sistema complexo de diques e comportas. Após um tratamento natural de dessalinização, livre de fertilizantes e adubos sintéticos, as terras atingem uma produção incrível de alimentos. Prática dominada sobretudo pelos Balantas há séculos, é de longe a mais produtiva - pode atingir cerca de 2000 a 2500 kg / hectare de arroz.
O seu estado actual profundamente degradado deve-se principalmente aos seguintes factores:
  • Abandono de terras devido ao aumento de salinização e destruição de diques
  • Falta de mão de obra jovem nas aldeias:
  • Diminuição e má repartição espaço-temporal das chuvas ;
  • Acidificação das bolanhas;
  • Erosão dos solos.

Roubamos o que pudemos, espalhamos a desordem e o caos depois abandonamos o local com a consciência tranquila.

(Vamos vendo a Morte à solta naquelas bandas e ficamos gelados; ela fala em português.)

 
 
 
 

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