Nuno Catarino, um leitor do IF, enviou-nos este texto sobre um projecto florestal austríaco que poderia ser adaptado à floresta em Portugal: a exploração energética dos excedentes florestais. (Suponho que o grupo Sonae tem um projecto semelhante algures no centro do país.)
Um tanto ou quanto já dispersa na memória dos portugueses vai a recordação do tempo em que a floresta representava uma das maiores riquezas do território nacional. Hoje em dia, apenas fica o registo dos inumeros fogos florestais e outras catástrofes relaccionadas com a floresta e a sua má gestão tanto por parte de proprietários como autarquias.
No inicio da decada de 90, numa das zonas mais pobres e menos desenvolvidas da Áustria, surgiu um projecto piloto de aproveitamento de recursos florestais.
Um dos engenheiros nascidos em Gussing, e que tinha cursado o curso de Engenharia Electrotecnica, foi nomeado pelo então recém empossado presidente da câmara para ajudar a descobrir como poderia ser reduzida a dependência do orçamento público relativamente aos combustiveis fósseis.
A tarefa do engº. Koch, foi então de ajudar a desenvolver uma central de biomassa que ajudasse a produzir metano com recurso aos excedentes florestais da zona.
Assim sendo, construiu-se uma central que gaseifica restos de madeira superflua e a transforma em electricidade através do aproveitamento do gás metano, e contribui ainda para a produção de combustivel para automóveis dotados da tecnologia flexi-fuel. Refira-se que este processo de gaseificação dos resíduos florestais, não é responsável directo de emissão de CO2 para a atmosfera, sendo apenas aplicadas altas temperaturas numa caldeira á madeira.
Este é um exemplo a seguir por cá, já que as nossas florestas de dia para dia vêm cada vez mais hectares votados ao abandono, sendo desperdiçados muitos Megawatts de energia potencial. Talvez um dia um governo pense mais na nossa floresta, aquele grande recurso que temos de preservar e renovar mediante a evolução dos tempos.
(mais aqui).
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